terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por que recomeçar é tão dificil?



               Na minha vida de estudande loge de casa já mudei de casa uma porção de vezes. E sempre era o mesmo transtorno, arrumar tudo para levar para casa nova, encaixotar tudo... A gente mexe em tanta coisa, acha tantas outras que nem lembrava mais... Algumas é melhor jogar no lixo, estão velhas, não servem mais. Outras a gente descobre que é melhor deixar num lugar facil, talvez logo logo se precise novamente.
              Cada coisa no seu lugar, na sua caixa. E vamos levar pra casa nova... Só ai a gente descobre quanta coisa a gente tem, quanta tralha acumulou, um peso!! Quando a gente entra na casa vazia, as caixas empilhadas no canto...Quantas vezes eu pensei: ô meu Deus, lá vai começar o trabalho de novo!!!
              Tirar tudo das caixas, dessa vez limpar coisa por coisa e encontrar um lugar novo pra cada uma delas. Demanda tempo e muita paciência, algumas coisas vão ficar encaixotadas,  por que nessa casa não tem lugar ou por que não combinam com nada, mas a gente se apega demais pra jogar fora. Uma roupa, um sapato, um enfeite,coisas do tipo...
              DEscobri que tudo na vida da gente é do mesmo jeito... Um emprego novo, o casamento, um filho que chega e tambem um filho que vai embora...É hora de mudança, é hora de recomeçar...mas são tantas coisas, tantas caixas...o que eu jogo fora? o que posso viver sem? O que tava guardadinho e eu descobri que agora pode ser util pra mim? Pesado, ah isso é muito...mas é preciso né? a casa tá la vazia...
              Mas ainda preciso de tempo, de paciencia...tem muita coisa pra limpar, pra arrumar...com calma... Quando essa minha mudança vai acabar? Dificil saber... Acho que ainda estou tentando encaixotar as coisas...Vai demorar pra organizar a mudança toda...Quando a casa nova ficar pronta, vou te convidar pra uma visita, tá bom?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando os olhos não fecham, os pensamentos se abrem...



Engraçado como a gente devaneia quando perde o sono...No meu caso, os dias maus passam com flashs o tempo todo...Já disse uma vez que tinha vontade de pegar uma furadeira e tentar tirar eles da minha cabeça...é claro que meu equilibrio está melhor e eu descobri que Jesus é a melhor furadeira que eu poderia ter.
Tenho escrito pouco esses ultimos tempos, não que me falte vontade ou assunto, não, isso tenho de bocados...O problema é conseguir decidir sobro o que escrever, e as vezes confesso que não escrevo para não parecer melancólica e muito deprimida. Eu sei que muita gente passa por aqui com a intensão de me achar melhor, de perceber que eu estou superando e coisa e tal. Tenho medo de decepcioná-las, então muitas vezes me abstenho de escrever....
A vida têm sido muito complicada, vivo ainda na velha e nem tão boa assim montanha russa e confesso que me falta vontade de muita coisa. Hoje, já se vão 5 meses sem ela...Dificil não pensar como ela estaria, como seria nossa vida se ela estivesse aqui conosco...Perdi o sono pensando nisso, aproveitei pra conversar um pouco com Deus e me distrair na internet( ainda faço da fazendinha, uma das minhas poucas alegrias diárias...rsrsrs)
As pessoas ainda continuam esperando muito de mim, tenho medo...de verdade...Me sinto um tanto constrangida com alguns comentários...Tento voltar a ser como antes, descolada, sorridente, conversadeira, mas tá dificil...muito dificil...Não é mazoquismo não, não pensem que gosto de viver sofrendo. Meu Deus, entendam!!! Isso não é uma escolha...A dor, a perda, a saudade, não escolhi viver com elas e não posso simplesmente decidi que não vou mais senti-las. dói, fére, machuca...e muito...
Tento não prestar atenção em algumas coisas que acontecem perto de mim, tento não contaminar alguns amigos com meu pessimismo absoluto e meu medo excessivo... Como diz o velho ditado: "Gato escaldado, de agua fria tem medo". Mas algumas pessoas, que eu poderia até chamar de "crentes indolores", crentes nunca passaram por grandes provas, e por isso não sabem de verdade como dói e como é dificil, me perguntam muito: Mas onde esta a fé? Tenha fé em Deus!! Acredite, tudo vai dar certo!! Deus tem grandes coisas pra você!!!
Ah, a minha fé... A minha fé está na certeza que independente do que passo ou do que sinto, Deus me ama e me compreende. A minha fé está na confiança que verei novamente minha filha um dia. A minha fé está em confiar que mesmo na dor, no vale, na ausencia da presença de Deus nas minhas orações, Ele está aqui, não me desamparou e continua me ajudando de todas as formas.
Qual é o significado de tudo vai dar certo? Vai dar certo onde, aqui? neste mundo? e se não der, serei frustrado? E se os planos de Deus pra minha vida não forem para este tempo? e se as grandes coisas de Deus pra mim forem na eternidade? Estou sendo frustrada por que Deus não me deu riquezas, não me deu filhos?
A maioria não consegue compreender que isso não é pessimismo, é a verdade!!! E a verdade dói, por que somos finitos e temos sempre a vontade de vencer aqui e agora, queremos bençãos pra essa vida, pra já se possivel...
Não sei o que Deus tem pra mim, quais as promessas que Ele separou pra mim. Rick Waren no livro: "Uma vida com Propósitos" diz que a vida é um grande teste, teste de fé, de carater, de confiança em Deus, e que muitas vezes Deus se ausenta de nós para nos testar....Talvez seja isso agora que se passa comigo.
Vou crendo que estou no meio do teste, se passarei? Estou tentando...Vamos em frente...E durmir que é bom...nada. Vou seguindo, com os olhos abertos e a mente cheia....

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quando as coisas começam a se encaixar...



Minha vida tem tomado outros rumos...Sem Liz, resta muito pouco com o que sonhar, muito pouco o que desejar, então como tudo agora ficou muito pouco, tenho aprendido a me contentar com isso. Como disse recentemente a uma amiga, de fato a gente só lembra de buscar mais a Deus quando estamos tristes. Então, é isso que tenho feito. Orado mais, ido mais a igreja, lido mais a biblía, tendado entender mais o que Deus quer com isso tudo.
As coisas continuam bem dificeis, a mesma dor, a mesma saudade, a mesma tristeza e a mesma solidão. Todo mundo sabe disso, mas é melhor fazer de conta que as coisas estão melhorando não é? Ninguem gosta de falar sobre coisas tristes o tempo todo. Luto todos os dias pra acordar, pra emagrecer, pra trabalhar, pra tentar sorrir, tudo isso pra que você, que entra aqui pra saber como eu estou, ache que eu estou um pouco melhor.
E estou. Estou melhor por que tenho tentado sair da toca, por que tenho amigos queridos e amores maravilhosos que cuidam de mim e que merecem que eu melhore um pouco. Por que tenho pensado na minha casa, no meu corpo, até quem sabe no meu futuro... Já disse, e retorno a dizer que aquela Jéssy que eu fui um dia já era...está lá com o corpinho de Liz naquele cemitério. Mas outra EU está aqui, semiviva, semitranquila, semialegre...
Numa entrevista ao fantástico, Ciça Guimarães disse que ela ia voltar a sorrir, mas que não seria a mesma gargalhada, que a alegria interior dela não seria mais a mesma. Entendo e concordo. Não dá pra ser feliz completamente como antes quando uma dor e uma tristeza desse tamanho já visitaram o seu coração. A gente tem medo...medo de esquecer e sentir de novo...medo de esquecer da pessoa que a gente tanto amou e que foi embora, além é claro de uma saudade terrivel que nem é bom você tentar imaginar...
Tantas coisa tem acontecido ao meu redor, algumas boas, outras ruins...muitas ruins...como as pessoas são más, rudes, sem noção mesmo...Mas, eu tenho que ir em frente... O meu Deus nunca falhará, talvez um dia chegue a minha vez...
Sem ela, muitas peças da minha vida perderam seus encaixes...é preciso rearrumar muito, e muito e de novo e mais outra vez pra que as coisas começem a se encaixar de novo. tudo novo de novo...Uma vez uma amiga me disse que eu tinha o dom de ser mãe, não só de ser mãe de Liz, mas de ser mãe. Acho que não...acho que eu tinha o dom pra ser mãe dela. Talvez, eu seja (se Deus permitir) mãe de mais alguem na vida, mas eu fui a melhor mãe que eu podia ser pra ela, dei tudo de mim pra ela e daria muito mais se pudesse. Ser mãe de Liz, não é o tipo de peça do quebra cabeça que varias outras podem ser encaixadas alí. Aquele encaixe era só dela, foi feito pra ela e vai estar vazio... pra sempre....

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Uma velha de 27 anos...



Em 27 anos eu já fui a menina bonitinha, a adolescente boba no meio das amigas, já fui a universitária odiada, a namorada, a noiva, a esposa, a filha do pescoço impinado, a prima-irmã, a irmã da igreja desaforada, a fisioterapeuta amiga da galera, a gravida mais feliz do mundo, a mãe de Liz...
em 27 anos eu já caí de bicicleta, já caí da cadeira, do balanço, de moto, já caí do muro, já caí no chão, ja caí na real...
Em 27 anos eu tive muitos conhecidos, vários colegas, alguns amigos e quatro amores( meus pais, meu marido e minha filha).
Em 27 anos, já criei coelhos, já criei peixes, ramister, porquinho da índia, e os melhores cachorros do mundo ( os melhores que já ví).
Em 27 anos já fui mais feliz do que fui triste, mas já chorei por não ter dinheiro, já chorei por não ter namorados, já chorei por não ter amigos, por não ter emprego, por me sentir gorda, por me sentir feia, por me sentir injustiçada, por ver partir alguns poucos amigos queridos, por ver partir minha vó, por ver partir minha filha.
Em 27 anos eu sorri por que tinha amigos queridos, por que conheci o melhor homem do mundo, por ter uma familía meio doida(como todas que conheço por ai), por ter um trabalho cansativo mas o que eu escolhi pra mim, por me casar, por engravidar, por ver minha filha nascer...
Em 27 anos, aprendi a ser esperta, aprendi a falar mais, a responder mais, a pensar um pouco mais antes de falar, e tambem a falar menos e pensar mais...
Em 27 anos mudei muito de idéias, mudei de casas, mudei cores de cabelo, cortes, jeito de vestir, mudei...
Em 27 anos aprendi a ser gente grande, mesmo pensando tanto como criança...
 Em 27 anos dificilmente desisti do que queria, lutei pra passar sempre de ano, pra passar no vestibular, pra terminar o curso no tempo certo, pra conseguir a atenção do meu amor, pra conseguir o emprego que queria, pra casar, pra engravidar, lutei pela vida dela...e não desisti até onde pude...
 Nesses 27 anos eu vi muita coisa, errei muitas vezes, acertei outras muitas... Fui amada por alguns, e odiada por vários outros... Fiz muitos amigos, e nem sei se fiz inimigos, fiz? só sei que foi assim, até aqui...
26 anos e 7 meses de vida, mais 4 de morte...morte de metade de mim, morte da menina que mais amei na vida, por quem estava disposta a tudo, por quem daria a minha vida pra ver forte e linda... Vivi tanto, fiz tanta coisa, tudo a espera dela, da sua chegada, da mudança que faria na minha vida...
Hoje não tenho nada pra comemorar, estar viva? Ter saúde? É claro, obrigada Senhor... Mas Ele sabe, Aquele que sonda os corações sabe... Minha vida, meus aniversários acabaram dia 25 de março de 2010.
Quem sabe um dia eu tenha vida de novo e possa voltar a comemorar alguma coisa... Por hoje vou seguindo assim, contando os dias desde que saí da barriga da minha mãe, já se foram 27...uma velha de 27 anos...velha de experiências e de dores...velha de lembranças... velha, fraca e sem forças...então, se é assim, parabens pra mim...